sexta-feira, 17 de abril de 2015

CRISE 1929

 
 
 CRISE DE 1929


APÓS A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL:

• Os Estados Unidos passaram da posição de maiores devedores dos europeus para principais credores (exemplo: Plano Dawes)
• Transferiu-se o “Eixo Econômico” da Europa para os Estados Unidos

OS LOUCOS ANOS 20

• Euforia Econômica: “AMERICAN WAY OF LIFE” (“Estilo de Vida Americano”) Estilo de vida consumista, despreocupada e feliz...
• Moralização da Sociedade: “LEI SECA” (1920 – 1933) – Conseqüência: venda de bebida ilegal (atuação dos gângsters)
• Novas Manifestações Culturais:
o JAZZ
o CINEMA DE HOLLYWOOD
o NOVA MODA (Mulheres: vestidos mais curtos – Homens: uso do terno e da cartola)
• Desigualdades Sociais: Aumento Salarial – 13% - Aumento da Produção: 75% (concentração de renda nas mãos de 1/3 das famílias estadunidenses)

AGRICULTURA

• Mecanizada
• Reduz a Oferta de Empregos
• Estoques
• Produção Maior que o Consumo
• Crise

INDÚSTRIA

• Racionalização
• Automóveis
• Créditos
• Produção Maior que o Consumo
• Crise

FINANÇAS

• Ilusão de lucros fáceis: investimentos em ações na Bolsa de Valores
• Principais Fatores: CRISE DE SUPERPRODUÇÃO + ESPECULAÇÃO
• QUEBRA DA BOLSA DE VALORES DE NOVA IORQUE (24/10/1929):
“A QUINTA-FEIRA NEGRA”

O NEW DEAL
• Franklin Delano Roosevelt: Partido Democrata
• Medidas econômicas destinadas à superação da crise econômica (inspiradas nas idéias do economista inglês John Keynes)
• Fim do Liberalismo Econômico Clássico (Adam Smith)
• Início do Neocapitalismo (Planejamento Estatal)

Principais Medidas do New Deal:

• Controle governamental dos preços de diversos produtos industriais e agrícolas
• Concessão de empréstimos aos proprietários agrícolas, para que pagassem suas dívidas e reordenassem sua produção
• Realização de um amplo programa de obras públicas, destinado à oferecer trabalho a milhões de desempregados
• Criação de um seguro-desemprego
• Recuperação industrial com base num pacto em que se garantiam os interesses dos empresários (acordo sobre preços, limitação da produção às exigências do mercado) e dos trabalhadores (limitação das jornadas de trabalho, estabelecimento de um salário mínimo, etc.
 
 1. (Cesgranrio) A solução americana para a crise de 1929 caracteriza-se como:
a) o processo de busca de alternativas socialistas para a crise do capitalismo com a mudança de regime político.
b) o resultado das pressões comunistas sobre o governo americano, que acaba assumindo, como política, a eliminação dos interesses privados na economia.
c) o resultado da insatisfação da sociedade americana com relação aos princípios liberais assumidos pelos partidos de esquerda que se vinculavam ao governo.
d) a introdução, na cultura americana, de valores europeus através da incorporação de tecnologia à economia americana e de alternativas de seguridade total.
e) uma saída nacional que acentua o papel dirigente do Estado em determinados setores econômicos, conhecida como "New Deal".
2. (FUVEST) Da Grande Depressão, ocorrida no mundo capitalista com a crise econômica de 1929, resultou:
a) o desemprego, o reforço do liberalismo e a modernização do setor industrial.
b) a arte expressionista, um avanço dos movimentos anarquistas e o Nazi-Fascismo.
c) o intervencionismo estatal, múltiplos problemas sociais e nova corrida armamentista.
d) o surgimento do neoliberalismo, o fim da hegemonia europeia e a popularidade das correntes culturais existencialistas.
e) o sucesso dos partidos socialistas ocidentais, o recuo do desemprego e o início de uma aproximação com a União Soviética.
3. (FUVEST) "A crise atingiu o mundo inteiro. O operário metalúrgico de Pittsburgo, o plantador de café brasileiro, o artesão de Paris e o banqueiro de Londres, todos foram atingidos".
                        (Paul Raynaud - LA FRANCE A SAUVÉ L'EUROPE, T. I. Flamarion).
O autor se refere à crise mundial de 1929, iniciada nos Estados Unidos, da qual resultou:
a) o abalo do liberalismo econômico e a tendência para a prática da intervenção do Estado na economia.
b) o aumento do número das sociedades acionárias e da especulação financeira.
c) a expansão do sistema de crédito e do financiamento ao consumidor.
d) a imediata valorização dos preços da produção industrial e fim da acumulação de estoques.
e) o crescimento acelerado das atividades de empresas industriais e comerciais, e o pleno emprego.
4. (FUVEST) Sobre a crise do capitalismo, na década de 1930, e o colapso do socialismo, na década de 1980, pode-se afirmar que:
a) a primeira reforçou a concepção de que não se podia deixar uma economia ao sabor do mercado, e o segundo a de que, uma economia não funciona sem mercado.
b) ambos levaram à descrença sobre a capacidade do Estado resolver os problemas colocados pelo desemprego em massa.
c) assim como a primeira, também o segundo está provocando uma polarização ideológica que ameaça o Estado de Bem-estar Social.
d) ambos, provocando desemprego e frustração, fizeram aparecer agitações fascistas e terroristas contando com amplo respaldo popular.
e) enquanto a primeira reforçou a convicção dos defensores do capitalismo, o segundo fez desaparecer a convicção dos defensores do socialismo.
5. (Puccamp) "Para Keynes (...) para criar demanda, as pessoas deveriam obter meios para gastar. Uma conclusão daí decorrente é que os salários de desemprego não deveriam ser considerados simplesmente como débito do orçamento, um meio por intermédio do qual a demanda poderia aumentar e estimular a oferta. Além do mais, uma demanda reduzida significava que não haveria investimento suficiente para produzir a quantidade de mercadorias necessárias para assegurar o pleno emprego. Os governos deveriam, portanto, encorajar mais investimentos, baixando as taxas de juros (...), bem como criar um extenso programa de obras públicas, que proporcionaria emprego e geraria uma demanda maior de produtos industriais”.
O texto refere-se a uma teoria cujos princípios estiveram presentes
a) no "New Deal", planejamento econômico baseado na intervenção do Estado, elaborado devido à crise de 1929.
b) na obra MEIN KAMPF, que desenvolveu os fundamentos do nazismo: ideia da existência da raça ariana.
c) no Plano Marshall, cujo objetivo era recuperar a economia europeia através de maciços investimentos.
d) na criação da Comunidade Econômica Europeia, organização que visa o livre comércio entre os países.
e) no livro O CAPITAL, onde se encontram os princípios básicos que fundamentam o socialismo marxista.
6. (Ufg) A crise de 1929 abalou os Estados Unidos. Em 1933, Franklin Delano Roosevelt foi eleito com o objetivo de recuperar o país por meio do programa conhecido como New Deal, que propunha
a) a defesa do isolacionismo e do planejamento econômico, por meio dos quais os Estados Unidos abdicavam do engajamento em questões internacionais.
b) a mudança do centro das decisões econômicas de Nova York, símbolo do poder dos grandes banqueiros, para Washington, sede do poder federal.
c) a redução das importações estadunidenses que afetaram os países dependentes de seu mercado, repatriando capitais norte-americanos.
d) a intervenção e o planejamento do Estado na economia, em quatro setores: agricultura, trabalho, segurança social e administração.
e) o conservadorismo em questões econômicas e na política externa, ampliando a "missão civilizadora" dos Estados Unidos.
7. (UFMG) "(...) Há neste momento nos Estados Unidos cerca de 14 milhões de desempregados, e, como muitos deles têm família, 20 a 30 milhões de homens e mulheres vivem de esmolas, privadas ou públicas (...). O espetáculo de uma grande nação de que um quarto se encontra reduzido à impotência produz emoções bem mais fortes do que uma estatística em preto e branco. Desde que põe pé neste país, o estrangeiro compreende de repente que em nenhum momento a Europa imaginou a dolorosa intensidade da depressão dos Estados Unidos".
                                             (MAUROIS, André, ESTALEIROS AMERICANOS. 1933)
A recuperação econômica dos EUA, após a Crise de 1929, ocorreu através do NEW DEAL (1933-1938).
Todas as alternativas apresentam instrumentos de ação do NEW DEAL, EXCETO:
a) A administração de Reassentamento, que transferiu famílias que ocupavam terras de qualidade inferior.
b) A Lei Antitruste, que proibia o controle de 60% do mercado por uma empresa ou associação de empresas.
c) A Lei da Cerveja e do Vinho e da Vigésima Primeira Emenda, que pôs fim à Lei Seca.
d) A Lei de Assistência Civil à Conservação e ao Reflorestamento, que criava frentes de trabalho para os jovens e desempregados.
e) A Lei do Ajustamento Agrícola, que subsidiava os fazendeiros que reduzissem a sua produção.
8. (UFPE) Sobre a crise econômica de 1929 e sua relação com o liberalismo, assinale a alternativa correta.
a) A crise de 1929 foi provocada, sobretudo, pelo alto grau de desenvolvimento tecnológico, combinado à política liberal com base na ociosidade de capitais europeus do pós-guerra.
b) Baseados em uma política liberal, os empresários norte-americanos mantiveram o ritmo de produção que vinha sendo adotado durante a Primeira Guerra e o mercado internacional não respondeu às ofertas.
c) Para enfrentar a crise econômica de 1929, foi adotada a política liberal de empréstimos através da qual os países europeus mais ricos passaram a dar crédito aos Estados Unidos.
d) Com a crise de 1929, a política econômica liberal passou a ser desacreditada pelos empresários norte-americanos que passaram a apoiar uma política estatal intervencionista.
e) A política liberal adotada no período do pós-guerra dos EUA proibiu os empréstimos a juros e as especulações com ações, numa tentativa de frear a crise econômica, então, já prevista.
9. (Ufv) O 'crash' da Bolsa de Nova York em 1929 afetou a economia mundial. Os Estados Unidos, sob o comando do Presidente Franklin Delano Roosevelt, adotaram o 'New Deal', como saída para a crise que o país atravessava. São características do 'New Deal':
I. a intervenção deliberada do Estado na economia, contrapondo-se à tradição liberal americana.
II. a criação de um amplo plano de obras públicas, como barragens e autoestradas, para gerar novos empregos.
III. o incentivo ao aumento da produção para alimentar a população desempregada.
IV. a criação de um fundo monetário destinado a financiar os países europeus em crise.
V. a adoção de medidas visando ao equilíbrio entre o custo da produção e o valor final das mercadorias.
Das alternativas abaixo, assinale aquela que apresenta apenas as características CORRETAS:
a) I, II e V.
b) I, III e IV.
c) I, IV e V.
d) II, III e IV.
e) II, III e V.

 


 
 
GABARITO

1E  2C 3A  4A  5A    6D    7B   8B   9A

terça-feira, 18 de junho de 2013

7 manifestações que tomaram as ruas do Brasil

Jessica Soares 17 de junho de 2013
O Brasil está nas ruas. Nas últimas semanas, em diversos cantos do país, manifestações que tiveram início como uma reivindicação de melhores condições de mobilidade urbana se tornaram também um grito pela liberdade e por um Brasil melhor. Nesta segunda-feira, novas ações articuladas na internet aconteceram em pelo menos 10 cidades do país. Pode parecer uma surpresa para quem se acostumou a considerar esta a era do “ativismo de sofá”, mas ao longo da história, os brasileiros já saíram muitas vezes às ruas para protestar, reivindicar e se fazer ouvir. Relembre outras 7 manifestações que tomaram as ruas do Brasil:

1. Revolta do Vintém
Ano: 1878 e 1879
O problema nunca foi apenas os 20 centavos. O famoso vintém, denominação para a antiga moeda de 20 réis, também já gerou protestos no Brasil. Uma delas ocorreu entre 28 de dezembro de 1879 e 4 de janeiro de 1880, no Rio de Janeiro. O motivo? A cobrança de 20 réis nas passagens dos bondes. A revolta provocou conflitos entre a população e as forças armadas, o que terminou com números trágicos de mortos e feridos. No final, a pressão popular venceu e as autoridades e companhias de bonde anularam o reajuste.

2. Revolta da Vacina
Ano: 1904
No início do século 20, o Rio de Janeiro ainda não era a Cidade Maravilhosa. As condições sanitárias e intensas epidemias impediam a chegada de investimentos, maquinaria e mão-de-obra estrangeira. Para tentar conter a situação, o então presidente da República Rodrigues Alves nomeia Oswaldo Cruz como chefe da Diretoria de Saúde Pública. “Dêem-me liberdade de ação e eu exterminarei a febre amarela dentro de três anos”, teria dito o sanitarista. O prometido foi cumprido, mas não sem antes desencadear uma revolta na população. A arbitrariedade das ações, com invasões de lares, interdições forçadas e despejos, levou às ruas mais de 3 mil pessoas. O saldo final da revolta que tomou a cidade entre os dias 10 e 18 de novembro foi de 30 mortos, 110 feridos, cerca de 1.000 detidos e centenas de deportados.

3. Greve da meia-passagem
Ano: 1979
Três aumentos nas passagens em apenas um ano. Em 1979, os estudantes de São Luís (Maranhão) foram para as ruas pedir o meio passe estudantil. No dia 17 de setembro, mais de 15 mil pessoas se reuniram na Praça Deodoro. Taxados de “marginais” e de “subversivos”, estudantes encontraram forte repressão da polícia. Pelo menos 50 pessoas foram admitidas em hospitais públicos, 300 pessoas foram presas e mais de 1000 detidas. Mas a manifestação colheu frutos: em 1º de outubro a lei da meia passagem foi sancionada.

4. Diretas Já
Ano: 1984
As primeiras manifestações aconteceram em Abreu de Lima, município de Pernambuco, em 1983. Mas foi em 1954 que o povo tomou as ruas para pedir a volta das eleições diretas, abolidas com o Golpe Militar em 1964. O primeiro recorde foiem Belo Horizonte: no dia 24 de fevereiro, mais de 400 mil se reuniram na Avenida Afonso Pena. Depois, foi a vez do Rio de Janeiro: mais de 1 milhão de pessoas se reuniram na Candelária no dia 10 de abril. Em São Paulo, o número de manifestantes ultrapassou a marca de 1,5 milhões no dia 16, no Vale de Anhangabaú.

5. Impeachment de Collor
Ano: 1992
Com tinta amarela e verde no rosto, os cara-pintadas foram às ruas em 1992 pedir o impeachment do então presidente do Brasil Fernando Collor de Melo, envolvido em denúncias de corrupção. Na manhã do dia 25 de agosto, cerca de 400 mil jovens se reuniram no Vale do Anhangabaú, em São Paulo. Em Recife, outros 100 mil se reuniam; em Salvador, tomaram as ruas 80 mil pessoas. No dia 18 de setembro, outros 750 mil se reuniram nas ruas de São Paulo. Collor renunciou de seu cargo em 29 de dezembro de 1992.

6. Marcha dos 100 mil
Ano: 1999
Em 26 de agosto de 1999, cerca de 100 mil pessoas se reuniram na Esplanada dos Ministérios para protestar contra o governo de Fernando Henrique Cardoso. Com apoio de sindicatos e partidos de oposição, os manifestantes de Brasília e outros estados brasileiros pediam a abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) para investigação da corrupção do governo federal.

7. Revolta da Catraca
Anos: 2004 e 2005
Em 22 de junho de 2004, o Conselho Municipal de Transportes de Florianópolis aprovou o aumento em 15,6% da tarifa do precário transporte público da cidade. Foi a gota d’água de uma insatisfação que começara ainda em 1996, quando a prefeitura apresentou o projeto de implementação do Sistema Integrado de Transportes (SIT). O serviço foi oferecido à iniciativa privada, com financiamento superior a 8 milhões. Concluído em 2003, foi alvo de críticas: percursos ficaram mais demorados, baldeações desnecessárias foram implementadas. Entre os dias 28 de junho e 8 de julho, o povo foi às ruas em manifestações marcadas pelo fechamento de pontes que ligam a ilha à parte continental da cidade, impedindo o trânsito na principal via de acesso aos bairros e municípios da grande Florianópolis. Em 2005, um novo aumento desencadeou novas manifestações, mais duramente repreendidas pela polícia.

terça-feira, 4 de junho de 2013

A ORIGEM O HOMEM DE FERRO E A GUERRA FRIA

A origem do Homem de Ferro e a Guerra Fria

Em 2013 comemoram-se os 50 anos do Homem de Ferro, famoso personagem de histórias em quadrinhos da editora norte-americana Marvel Comics. Não é por acaso, portanto, que no final de abril tivemos a estréia da terceira parte das suas aventuras no cinema.
No embalo deste momento de grande interesse do público pelo herói de armadura, resolvi postar trechos de um artigo sobre sua origem escrito por Waldomiro Vergueiro, pesquisador e professor da USP especializado em quadrinhos. Publicado originalmente em 2008 para os 45 anos do Homem de Ferro.
Onde entra a História nisso?
Criado em 1963 por Stan Lee e Jack Kirby (autores de outros ícones das HQs como o Homem-Aranha, os X-Men e os Vingadores), o Homem de Ferro surge em pleno auge da Guerra Fria, e tem suas origens e histórias iniciais totalmente moldadas pela disputa ideológica que dividiu o mundo entre os blocos capitalista (liderado pelos EUA) e socialista (sob a liderança da União Soviética) no período de 1945-1991. Podemos dizer então que o herói serviu como instrumento de propaganda dos EUA no período, combatendo vilões que muitas vezes eram originados na URSS.
Siga então abaixo trechos do artigo do prof. Waldomiro Vergueiro sobre a origem do Homem de Ferro!
A criação do Homem de Ferro nas histórias em quadrinhos
Super-herói era reflexo dos conflitos da política mundial
por Waldomiro Vergueiro
O ano era 1963. O período era bastante conturbado. Praticamente recém-saído da crise dos mísseis de Cuba, o governo norte-americano, então sob a presidência de John F. Kennedy, havia decretado, em fevereiro, a ilegalidade de qualquer viagem, negócio ou transação comercial de cidadãos americanos com a ilha de Fidel Castro. Acirrava-se, assim, a Guerra Fria, que dividia o mundo entre duas proposições ideológicas distintas - o capitalismo, de um lado, e o socialismo, de outro - e levaria a vários golpes de estado no continente latino-americano, a intervenções em conflitos armados em várias partes do mundo, a uma corrida armamentista que parecia não ter fim. A Guerra Fria duraria até o início da década de 1990, com a extinção da União Soviética.
(...)
A gênese do Homem de Ferro está situada em um ambiente de confronto característico da Guerra Fria: o Vietnã. Na época, os Estados Unidos alimentavam os conflitos neste país com homens e armamentos, mas não se encontravam ainda abertamente envolvidos. É no fornecimento de armamentos que atua o bilionário Tony Stark, industrial que, ao inspecionar o uso de uma arma projetada por sua fábrica, é vítima de um acidente que aloja estilhaços de bomba em seu coração, gerando uma situação de constante ameaça.
Encontrado pelos vietnamitas, Stark é aprisionado e forçado a desenvolver uma arma para eles, contando para isso com a ajuda de um velho cientista. Enganando seus carcereiros, Stark desenvolve uma armadura de ferro à base de transistores, que lhe possibilita manter seu coração batendo normalmente e representa uma arma inigualável. Derrotado o inimigo, ele retorna ao seu país e inicia sua carreira como super-herói. (Nota: Parecido com a origem apresentada no cinema, porém em outra parte do mundo e em diferente contexto histórico)
Desde seu início, o Homem de Ferro foi uma personagem marcada pela contradição. Tratava-se de um bilionário e fabricante de armas, alguém não apenas indiretamente responsável pela morte de milhões de pessoas mas que também se beneficia pessoalmente disso. Constituía, assim, alguém que dificilmente poderia ser considerado um herói pela maioria dos leitores.
(...)
Infelizmente, o aspecto político foi o elemento mais forte nas primeiras aventuras do Homem de Ferro. Invariavelmente, seus maiores adversários vincularam-se à divisão entre capitalismo e socialismo. Assim, vilões como o Mandarim, o Dínamo Escarlate, Bárbaro Vermelho, Homem de Titânio e outros são carregados de teor ideológico, deixando evidentes as tendências políticas do protagonista. Não faltam, inclusive, veladas referências à realidade dos países sob a égide da doutrina socialista, cujos mandatários são freqüentemente tratados por denominações como terroristas ou tiranos.
Esse maniqueísmo do herói só seria suavizado no final dos anos sessenta, quando crescia entre o povo estadunidense a rejeição à participação do país na Guerra do Vietnã. Nesse período, Tony Stark tornou-se pacifista e negou-se a continuar inventando armamentos, entrando em uma nova fase de sua vida."


 

terça-feira, 16 de abril de 2013

QUE CARACTERÍSTICAS A GUERRA FRIA ASSUMIU NOS ANOS 60 E 70?



Na década de 60, o líder soviético Nikita Kruschev define as bases de uma nova etapa da bipolarização, a da coexistência pacífica. A luta entre os sistemas capitalista e socialista deve ser travada, prioritariamente, no campo econômico, e não no bélico. O mundo inteiro acaba implicado no conflito entre as duas superpotências. A divisão em dois blocos se intensifica até que a crise dos mísseis de Cuba quase provoca uma verdadeira guerra nuclear em 1962 – episódio que poderia ter acabado com a vida no planeta. Nos anos 70, Leonid Brejnev, presidente da União Soviética, procura diminuir a tensão entre as duas superpotências, assinando alguns acordos com os Estados Unidos. Começa a Détente ou Distensão, mas as alianças internas nos dois blocos continuam até a queda dos regimes comunistas europeus.
 
 A coexistência pacífica


Buscando evitar a todo o custo o confronto direto entre as duas grandes potências, a estratégia da coexistência pacífica (formalizada pelo líder soviético Nikita Kruschev) desloca a Guerra Fria para os campos da economia e da tecnologia. As novas relações possibilitam algumas aproximações entre os tradicionais rivais, mas não garantem o fim das hostilidades e tensões. No início dos anos 60, duas graves crises confirmam que, apesar do fim da fase mais aguda, a Guerra Fria continua presente: as crises do muro de Berlim, em 1961, e dos mísseis de Cuba, em 1962.
 
A crise em Berlim
No final da Segunda Guerra, o Acordo de Potsdam (1945) divide a derrotada Alemanha nazista e sua capital em quatro zonas de ocupação entre os Aliados (União Soviética, Estados Unidos, Grã-Bretanha e França). Em 1948, para impedir medidas do bloco ocidental que resultariam na formação de um Estado alemão separado, a União Soviética impõe um bloqueio em Berlim, cidade encravada em sua zona. Os acessos rodoviários e ferroviários para a cidade são fechados, exigindo que britânicos e norte-americanos montem uma ponte aérea para abastecer Berlim Ocidental. Depois desse incidente, surgem as Repúblicas Federal da Alemanha (Ocidental) e Democrática Alemã (Oriental), respectivamente alinhadas com o bloco capitalista e o socialista.

A construção do muro de Berlim

O interesse em impedir fugas para o lado capitalista de Berlim leva a União Soviética a erguer na noite de 12 para 13 de agosto de 1961 uma cerca de arame farpado e postos de vigia. Mais tarde, a cerca é substituída por um muro de alvenaria. Mais do que dividir uma cidade, o 'muro da vergonha' separa fisicamente famílias, ideologias e o mundo, colocando cada parte sob influência de uma das superpotências. A queda do muro de Berlim, em 1989, representa o fim da Guerra Fria.
 
Corrida espacial


As pesquisas em ciência espacial se transformam numa área de rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética. A corrida espacial acarreta o aumento do prestígio e grandes avanços científicos, tecnológicos e militares. A exploração espacial começa em 4 de outubro de 1957, quando é lançado o primeiro satélite em órbita da Terra pela União Soviética, o Sputnik 1. O feito russo abala o bloco capitalista, especialmente os Estados Unidos, que acreditam em sua superioridade no campo científico. A competição aumenta quando, um mês depois do Sputnik 1, os soviéticos lançam um satélite maior, o Sputnik 2, levando a bordo a cadelinha Laika. Somente em 31 de janeiro de 1958 os Estados Unidos conseguem colocar em órbita seu primeiro satélite, o Explorer.

Em 20 de julho de 1969, o homem pisa pela primeira vez na Lua.
A chegada à Lua
Na busca de desvendar a Lua, novamente os soviéticos saem na frente, por meio do programa Luna, quando o Luna 1 vence a gravidade da Terra e envia fotos do lado escuro do satélite. Os norte-americanos só conseguem igualar o feito dois meses depois, com o Pioneer 4. Em 1961, os soviéticos obtêm um notável triunfo ao lançarem ao espaço o primeiro satélite tripulado, e Yuri Gagárin torna-se o primeiro astronauta da história. Mas, em 20 de julho de 1969, os norte-americanos conseguem tomar a dianteira na corrida espacial, com a chegada dos primeiros astronautas à Lua: Neil Armstrong, comandante da Apolo 11, torna-se o primeiro homem a pisar no satélite.
 
 
A Guerra do Vietnã (1960-1975)


No Sudeste Asiático, a longa luta pela libertação do domínio francês tem na Guerra da Indochina (1946-1954) seu principal alicerce – a descolonização asiática continua avançando. A Conferência de Genebra estabelece as regras do pós-guerra: reconhecimento da independência do Vietnã, do Camboja e do Laos, ficando o Vietnã dividido pelo paralelo 17 em Vietnã do Norte e Vietnã do Sul, com sua reunificação determinada para 1956, após eleições gerais.
Diferenças entre os Vietnãs do Norte e do Sul
O governo de Ho Chi Minh, no Vietnã do Norte, busca preparar o país para a reunificação. Suas principais realizações são a reforma agrária radical, uma economia planificada e uma segura política educacional para acabar com o analfabetismo. Enquanto isso, no sul, o governo de Ngo Dinh Diem, em 1955, cancela as eleições e instaura uma ditadura militar oposta à reunificação do país. O terror é instalado no sul, que conta com o apoio militar dos Estados Unidos: contínuas perseguições às seitas budistas e às minorias étnicas, tribunais militares de exceção, campos de trabalho forçado são criados para reprimir os opositores, principalmente contra o 'perigo comunista'.
O início da guerra
Em 1960, o governo do Vietnã do Sul tem de enfrentar a rebelião de uma guerrilha comunista (ou Vietcongue), braço armado da Frente de Libertação Nacional, apoiada pelo Vietnã do Norte. Os Estados Unidos decidem intervir no conflito: chegam a enviar meio milhão de soldados para combater o Vietcongue e bombardeiam maciçamente o Vietnã do Norte, atacando inclusive a população civil. Suas armas químicas desmatam florestas, poluem os rios e tornam o solo improdutivo.
Conflito generalizado

Durante a Guerra do Vietnã, soldados americanos são transportados de helicóptero.
Em 1968, guerrilheiros vietcongues e tropas norte-vietnamitas desfecham contra o Vietnã do Sul a Ofensiva do Tet, alcançando Saigon e muitas capitais provinciais. As contínuas vitórias vietcongues causam grande abalo e muitas baixas para os Estados Unidos, forçando a Casa Branca a perceber que o impasse só pode ser resolvido pela via diplomática. O conflito se generaliza em 1970, com a invasão do Camboja e a intervenção no Laos por tropas norte-americanas. O desgaste material e humano, o interesse norte-americano em concretizar a aproximação política com a China comunista (para neutralizar a influência soviética sobre a Ásia em geral), a pressão dos movimentos pacifistas nos Estados Unidos e os escândalos políticos relacionados à administração Nixon levam à saída gradual das tropas americanas do Vietnã, formalizadas no Acordo de Paris, em 27 de janeiro de 1973.

O fim da guerra
O fim da guerra ocorre em 1975, com a conquista de Saigon pelas tropas vietcongues. A reunificação vietnamita torna-se realidade e o país passa a ser denominado República Socialista do Vietnã, com a capital em Hanói. Saigon é rebatizada em homenagem ao maior líder comunista vietnamita, Ho Chi Mihn.
 
A crise dos mísseis


Em 1961, a tentativa frustrada de invasão a Cuba, organizada pelos Estados Unidos, com a participação de cubanos treinados pela CIA em Miami, fortalece a aproximação entre Cuba e União Soviética, levando Fidel a aderir ao marxismo. Em plena Guerra Fria, a Revolução Cubana causa forte impacto em todo o continente americano, mas Cuba tem de administrar as consequências de sua adesão ao bloco socialista: bloqueio econômico e naval determinado pelos Estados Unidos e sua expulsão da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em 1962, Fidel Castro decide estreitar os laços com a União Soviética. Os soviéticos instalam mísseis nucleares em Cuba. Sabendo disso, os Estados Unidos preparam uma invasão à ilha. A União Soviética, por sua vez, apóia seu aliado caribenho. Durante alguns dias, teme-se a possibilidade de ataques nucleares entre as duas grandes potências. No fim, a União Soviética retira seus mísseis e os Estados Unidos se resignam a aceitar o fim do monopólio ideológico no continente americano.
 
 1968, o 'ano que não terminou'


Sinônimo de rebeldia e contestação, o ano de 1968 destaca-se numa década de transformações e contestações dos dois lados do Atlântico, inclusive no Brasil. Aqui, acontecem passeatas e manifestações contra o governo militar e greves operárias, culminando com a imposição do AI-5 (Ato Inconstitucional nº 5) pelo presidente Costa e Silva, medida que acaba por reforçar o autoritarismo. Na França, estudantes universitários protestam contra as reformas educacionais, reivindicando também maior liberdade e criticando o conservadorismo. As manifestações de 'Maio de 68', particularizadas por unir estudantes e trabalhadores numa greve geral, passam a ser reprimidas pelo governo. Acordos trabalhistas, a chegada das férias e a violência dos confrontos esvaziam o movimento. Em junho, eleições gerais reafirmam a força do presidente, o general Charles De Gaulle.
A Primavera de Praga
Na então Tchecoslováquia, desde o início do ano de 1968 reformas pretendiam modernizar a economia e transformar o papel do Estado. Com o apoio de intelectuais, operários e estudantes, o presidente Dubcek busca uma via própria e mais humanizada de socialismo. Esse reformismo encontra seu maior opositor na União Soviética, liderada por Leonid Brejnev. A fim de manter sua hegemonia no Leste Europeu, tropas do Pacto de Varsóvia invadem a Tchecoslováquia. Dubcek e companheiros são presos, enviados a Moscou e expulsos do Partido. A 'Primavera de Praga' termina sob repressão, da mesma maneira como ocorrera na Hungria, em 1956.
O movimento negro nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, agrava-se a questão racial. O movimento negro se divide numa ala pacifista – sob o comando de Martin Luther King, que defende a 'desobediência civil' e a não-violência – e em outra ala radical, partidária da violência e do confronto com os brancos, os Panteras Negras. Intensifica-se também o ambiente de protestos contra a participação norte-americana na Guerra do Vietnã e contra a própria Guerra Fria. Choques entre brancos e negros e os assassinatos, em 1968, de Martin Luther King e do candidato à presidência Robert Kennedy sinalizam tensões na sociedade americana, substituindo o apoio incondicional nacional dos anos 50.
 
O agitado ano de 1979
Já no final da década de 70, um ano ficaria marcado pela quantidade de acontecimentos que marcariam a história: 1979. Os destaques ficam para a derrubada do ditador Somoza, na Nicarágua, a assinatura do Acordo de Camp David, entre Egito e Israel, a Revolução Iraniana, que colocou no poder o aiatolá Khomeini, e o início da guerra do Afeganistão.
Nicarágua
Na Nicarágua, a derrubada do ditador Somoza pela guerrilha da Frente Sandinista marcou o início de um novo regime apoiado por Cuba e pela União Soviética, gerando uma violenta reação capitalista, financiada pelos Estados Unidos.

Détente ou Distensão

Durante a década de 70, a Guerra Fria apresentou uma nova relação entre as duas superpotências, encaminhada pelos seus líderes (Brejnev na União Soviética e Nixon nos Estados Unidos). Conhecida por Détente ou Distensão, essa relação se desenvolveu no contexto da crise do petróleo e foi marcada pela assinatura dos primeiros acordos sobre a corrida armamentista.
A diplomacia triangular
As relações sino-soviéticas começaram a estremecer a partir de 1960, em consequência da autonomia do programa nuclear chinês. A emergência de uma política externa autônoma chinesa possibilitou uma nova dinâmica na Guerra Fria, que substituiu a tradicional rigidez por relações mais fluidas, típicas do período da Détente. O processo de aproximação entre Estados Unidos e China, importante marco do período, e a retirada das tropas norte-americanas da Guerra do Vietnã, criaram as condições para a diplomacia triangular, forçando a União Soviética a encarar a China como nova e potencial inimiga.
Fim da corrida armamentista
Os primeiros sinais de que as superpotências pretendiam diminuir a escalada armamentista foi a assinatura do Salt-1, em maio de 1972. O acordo limitou o número de mísseis antibalísticos que cada país poderia produzir e congelou por cinco anos a construção de plataformas fixas ou submarinas de mísseis balísticos intercontinentais. A ratificação do Salt-1 aconteceu em 1979, com a assinatura do Salt-2, apesar da delicada situação entre as duas superpotências, devido à invasão soviética do Afeganistão e às Revoluções na Nicarágua e no Irã, que praticamente congelaram a Détente.
 
 
CAXEMIRA: DE PARAÍSO A INFERNO

A Caxemira já foi considerada o "Paraíso na Terra". Hoje, depois de mais de meio século de disputas pela posse do território, mais parece o inferno. Nos últimos tempos, esse pedaço do subcontinente indiano voltou a chamar as atenções do mundo: Índia e Paquistão — dois países com poder de fogo nuclear — elegem o desejo de controlar o território como motivo para discórdias e ataques intermináveis.


A briga entre Índia e Paquistão pela posse da Caxemira começou com o final do controle britânico na região.


Região estratégica


A Caxemira é uma região montanhosa, já no início da cordilheira do Himalaia.
Quando chegou à Caxemira, Jerangir, imperador mongol do século XVII, disse: "Se existir um paraíso na Terra, ele fica na Caxemira". Uma região de montanhas cobertas de neve, vales cortados por inúmeros rios, terras férteis e riquezas minerais ainda não totalmente exploradas. Não é à toa que tenha dado origem a uma briga que já dura mais de 50 anos. Mas além de toda essa abundância, um outro interesse está em jogo: a área é estratégica, pois faz divisa entre Índia, Paquistão, China e Afeganistão. Para o Paquistão, a anexação da Caxemira a seus territórios representaria uma fronteira direta com a China, sua aliada de longos anos. Já para a Índia, a manutenção do controle da Caxemira impede o fortalecimento de dois tradicionais inimigos em suas fronteiras. É claro que as razões estratégicas não são explicitadas pelos governos em questão. Oficialmente, o motivo central do conflito é uma disputa pelo território. E o combustível é o conceito religioso.

Divisão do Império Britânico

Em 1947, após o movimento de resistência pacífica liderado por Mahatma Gandhi, a Índia finalmente obteve sua independência da Grã-Bretanha. O antigo território controlado pelos ingleses foi dividido entre Índia e Paquistão — que eram, até então, um único país: os territórios de maioria muçulmana ficaram com o Paquistão e os de maioria hindu, com a Índia. Mas houve uma exceção: a Caxemira, governada na época pelo marajá Hari Singh. O marajá pediu apoio ao governo hindu contra grupos paquistaneses que começavam a invadir a região. Em contrapartida, assinou um tratado anexando a Caxemira à Índia. Com isso, deu início a um conflito que originou duas guerras entre Paquistão e Índia: a primeira entre 1947 e 1948 e a segunda em 1965. Em 1999, por alguns dias, a Índia bombardeou grupos apoiados pelo Paquistão que haviam entrado em seus territórios.

A posição dos dois países

Segundo o governo paquistanês, a Caxemira deveria fazer parte do Paquistão porque a maioria de sua população é muçulmana e sofre perseguições dos hindus. A Índia se recusa a discutir o assunto tanto com o país vizinho quanto com a ONU e afirma que tem direito sobre a área, garantido por antigos tratados. Existe, porém, uma terceira opção, que ganha cada vez mais adeptos na própria Caxemira, mas que não é aceita nem pela Índia nem pelo Paquistão: o estabelecimento da região como um estado independente.

Linha de controle

Em janeiro de 1949, depois do final da primeira guerra pela posse do território, a ONU estabeleceu uma linha de controle monitorada por suas tropas na fronteira entre os dois países: dois terços da região para a Índia, um terço para o Paquistão. Essa linha, definida pelo Acordo de Simla, atravessa os Himalaias, numa região a 5 mil metros de altura. Ao norte da linha de controle, paquistaneses e hindus estão entrincheirados desde 1984, numa região a 6 mil metros de altitude — o mais alto campo de batalha do planeta, onde as condições extremas e o frio causam mais mortes do que os eventuais tiroteios.

Tensão constante

Apesar da presença de tropas da ONU, a Caxemira continuou sendo um foco de tensão. Grupos paquistaneses frequentemente se infiltram no território hindu, organizando atentados. A Índia, por sua vez, acusa o governo paquistanês de apoiar logística e financeiramente esses grupos considerados terroristas. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, e o início do chamado "combate ao terror", a Índia aproveitou para chamar a atenção mundial para a atuação desses grupos. Em contraponto, o Paquistão nega envolvimento com terroristas e ainda acusa a Índia de promover um "governo de terror", de repressão aos muçulmanos na Caxemira.

nuclear


O que parecia uma briga de vizinhos ganhou contornos ameaçadores quando Índia e Paquistão entraram para o seleto grupo dos países que possuem armas nucleares.

Guerra Fria

As tensões na região da Caxemira têm um ingrediente a mais, que torna o conflito preocupante para todo o planeta: tanto Índia quanto Paquistão possuem armas nucleares. Como é possível dois países tão pobres terem tanto poder de fogo? A resposta a essa pe1rgunta nos leva de volta à época da Guerra Fria. A fim de barrar o avanço do comunismo na Ásia, após a Revolução Chinesa, os Estados Unidos firmaram acordo com o Paquistão. Em contrapartida, a União Soviética se aproximou da Índia. Dessa maneira, os dois países receberam auxílio tecnológico das superpotências para desenvolvimento de energia atômica "com objetivos pacíficos". No final da década de 1950, o Paquistão inaugurou seu primeiro reator nuclear.

Mudança de aliados

Tratado antinuclear
Em 1996, Índia, Líbia e Butão foram os únicos países a votar contra o Tratado de Proibição Total de Provas Nucleares na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Após a guerra entre Índia e China, em 1962 — que teve a última como vencedora —, chineses e paquistaneses se tornaram aliados contra o inimigo comum. A partir daí, o Paquistão se afastou dos Estados Unidos e passou a contar com auxílio chinês no desenvolvimento de um programa nuclear para fins militares. Na década de 1990, os norte-americanos suspenderam definitivamente o auxílio financeiro e a venda de armas ao Paquistão. Em resposta, o país afirmou que daria continuidade às pesquisas nucleares com ajuda exclusiva da China.


Primeiros testes

Enquanto isso, a Índia também avançava em suas pesquisas nesse campo. E, em 1998, fez os primeiros testes nucleares em seu território, detonando três bombas no deserto de Rajastán, a poucos quilômetros da fronteira paquistanesa. Poucos meses mais tarde, em resposta à atitude hindu, o Paquistão também realizou seus primeiros testes. Como consequência, o século XX terminou com mais dois "sócios" no restrito "Clube Nuclear". Oficialmente, possuem bombas atômicas Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha, Coreia do Norte, Israel, Paquistão e Índia.


FONTE: Klick Educação

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CRISE DOS MÍSSEIS


A Crise dos Mísseis de 1962  gerou no mundo um enorme estado de tensão por causa das ameaças feitas entre os Estados Unidos e a União Soviética, as duas grandes potências à época. O episódio envolveu armamento nuclear e deixou a humanidade perto de uma nova guerra mundial.
Charge ilustrando a Crise dos Mísseis. (1)
A Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos Estados Unidos e pela União Soviética, entretanto passaram a ocupar lados opostos ideologicamente no mundo. Com o fim da Segunda Guerra Mundial teve então início a Guerra Fria, a qual colocava de um lado os seguidores da ideologia capitalista dos Estados Unidos e de outro lado os seguidores da ideologia socialista da União Soviética. O armamento das duas potências mundiais era enorme e altamente destruidor, o que impedia um confronto direto entre elas.
Em 1962, um evento chamou atenção do mundo bipolarizado e atentou a humanidade para a possibilidade de uma nova guerra de proporções arrasadoras. No ano anterior os Estados Unidos instalaram mísseis nucleares na Turquia, a atitude gerou desagrado nos soviéticos. A existência de uma base nuclear em tal região causava preocupação aos soviéticos pela possibilidade de um ataque através de uma posição muito privilegiada. Os Estados Unidos tentaram ainda invadir Cuba, ilha da América Central com afinidades com o regime socialista.
No dia 14 de outubro de 1962, os Estados Unidos divulgaram fotos, coletadas através de um vôo secreto sobre Cuba, que apresentavam instalações preparadas para abrigar mísseis nucleares soviéticos. O presidente norte-americano John Kennedy logo comunicou sua população do risco existente com a possibilidade de um ataque altamente destrutivo, encarando o fato como um ato de guerra. Do outro lado do Atlântico, o Primeiro Ministro soviético Nikita Kruschev alegou que a base com os mísseis resultavam apenas de uma ação defensiva e serviriam também para impedir um nova invasão dos Estados Unidos à Cuba.
A Crise dos Mísseis de Cuba soou o alarme no mundo para uma nova guerra durante treze dias, sendo um dos momentos de maior tensão durante a Guerra Fria. A Crise dos Mísseis de Cuba é conhecida pelos russos como Crise Caribenha e pelos cubanos como Crise de Outubro.
Os dias de tensão fizeram a população americana correr na construção de abrigos pela possibilidade de uma guerra nuclear. A situação era aguda, ambas as potências possuíam armamento nuclear em grande quantidade e a ocorrência de ataques seria capaz de destruir completamente o inimigo e até mesmo a população do planeta.
Após o delicado período de negociações, no dia 28 de outubro, Nikita Kruschev conseguiu secretamente fazer com que os Estados Unidos retirassem seus mísseis da Turquia, tendo em contrapartida a retirada dos mísseis soviéticos de Cuba. O evento, embora alarmante, foi importante para lembrar ao mundo a capacidade de destruição que as armas nucleares possuem, o que levou no ano seguinte, em 1963, à assinatura de um acordo firmado entre Estados Unidos, União Soviética e Grã-Bretanha proibindo os testes nucleares na atmosfera, no alto-mar e no espaço. Alguns anos mais tarde, em 1968, a medida foi ampliada e 60 países assinaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012



1972 MASSACRE DE MUNIQUE




Jornal do Brasil: Quarta-feira, 6 de setembro de 1972
Com 121 países participando os XX jogos olímpicos foram os maiores realizados até então, com recorde de provas. As Olimpíadas de Munique se desenvolviam em ambiente fraterno de limpa e sadia competição entre atletas de vários países até acontecer o trágico seqüestro e assassinato de 11 atletas de Israel por membros do grupo terrorista árabe Setembro Negro.

Os palestinos invadiram o edifício 31 da Vila Olímpica - onde estavam alojados israelenses, uruguaios e representantes de Hong-Kong. Alguns israelenses conseguiram fugir dos alojamento graças ao heroísmo do técnico de luta-livre, Moshe Weinberg, e do halterofilista Joseph Romano, que tentaram impedir a entrada dos terroristas e foram alvejados por tiros de metralhadoras.

As exigências dos terroristas eram claras: aviões que os levassem e aos reféns até uma capital árabe que não Amã ou Beirute, sob a responsabilidade da Alemanha Ocidental, e a liberação de 230 prisioneiros em Israel. Ameaçaram matar sumariamente dois reféns por hora, caso o Governo israelense não atendesse suas exigências.

Os policiais alemães armaram uma emboscada para tentar salvar os atletas que terminou numa batalha travada no aeroporto militar de Fursten feldbruck, perto de Munique. No tiroteio morreram os 9 reféns israelenses, quatro terrorista e um policial alemão. Dois dos Israelense morreram ainda na Vila Olímpica.

A delegação egípcia retirou-se depois dos Jogos por temer represálias depois do atentado.

Os jogos foram suspensos e foi realizada uma homenagem às vítimas no Estádio Olímpico de Munique. A organização retomou as competições 34 horas após os assassinatos.


Organização Setembro Negro

Black September Organization - BSO, foi um grupo terrorista palestino, fundado em setembro de 1970. Na Jordânia, por ordens do Rei Hussein, unidades regulares do Exército perseguiam os rebeldes em ação rápida e eficaz, matando grande número de combatentes de diversas organizações, sobretudo da Frente Popular de Libertação da Palestina, comandada pelo médico George habache, e do Al Fatha, de Yassir Arafat. Para lembrar esta dizimação foi criado o o movimento Setembro Negro. Em fins de 1971, seus dirigentes anunciavam eliminar todos os inimigos todos os inimigos da revolução palestina.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

AS OLIMPÍADAS

Introdução
A cada quatro anos, atletas de centenas de países se reúnem num país sede para disputarem um conjunto de modalidades esportivas. A própria bandeira olímpica representa essa união de povos e raças, pois é formada por cinco anéis entrelaçados, representando os cinco continentes e suas cores. A paz, a amizade e o bom relacionamento entre os povos e o espírito olímpico são os princípios dos jogos olímpicos.
Origem dos Jogos Olímpicos
Foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 a.C., os gregos já faziam homenagens aos deuses, principalmente Zeus, com realização de competições. Porém, foi somente em 776 a.C. que ocorreram pela primeira vez os Jogos Olímpicos, de forma organizada e com participação de atletas de várias cidades-estado. 
Atletas das cidades-estados gregas se reuniam na cidade de Olímpia para disputarem diversas competições esportivas: atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros.
Além da religiosidade, os gregos buscavam através dos Jogos Olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. Mostra também a importância que os gregos davam aos esportes e a manutenção de um corpo saudável.
No ano de 392 d.C., os Jogos Olímpicos e quaisquer manifestações religiosas do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I, após converter-se para o cristianismo.
Jogos Olímpicos da Era Moderna
No ano 1896, os Jogos Olímpicos são retomados em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy, conhecido com o barão de Coubertin. Nesta primeira Olimpíada da Era Moderna, participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de ouro e um ramo de oliveira.
Jogos Olímpicos e Política
As Olimpíadas, em função de sua visibilidade na mídia, serviram de palco de manifestações políticas, desvirtuando seu principal objetivo de promover a paz e a amizade entre os povos. Nas Olimpíadas de Berlim (1936), o chanceler alemão Adolf Hitler, movido pela ideia de superioridade da raça ariana, não ficou para a premiação do atleta norte-americano negro Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro. Nas Olimpíadas da Alemanha em Munique (1972), um atentado do grupo terrorista palestino Setembro Negro matou 11 atletas da delegação de Israel.  A partir deste fato, todos os Jogos Olímpicos ganharam uma preocupação com a segurança dos atletas e dos envolvidos nos jogos.
Olimpíadas de Berlim - Jesse Owens Jesse Owens: quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas de Berlim (1936)
Em plena Guerra Fria, os EUA boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscou (1980) em protesto contra a invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas. Em 1984, foi a vez da URSS não participar das Olimpíadas de Los Angeles, alegando falta de segurança para a delegação de atletas soviéticos.
Você sabia?
- No ano de 1916, as Olimpíadas deveriam ocorrer na Alemanha. Porém, em função da Primeira Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos foram cancelados. 
- Em função da Segunda Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos de 1940 e 1944 também foram cancelados.
- Críquete, golfe e cabo-de-guerra já foram esportes olímpicos no começo do século XX. Nas Olimpíadas de 1920 (Antuérpia - Bélgica), o tiro ao pombo também fez parte do quadro de jogos olímpicos.
- O lema olímpico "Citius, altius, fortius" (mais rápido, mais alto e mais forte) foi proposto por Pierre de Coubertin em 1894. Porém, o lema só foi oficialmente introduzido nas Olimpíadas de Paris de 1924. 
Vale lembrar
- Em 2016, as Olimpíadas ocorrerão na cidade do Rio de Janeiro.
- No ano de 2007, ocorreu, na cidade do Rio de Janeiro, outro evento esportivo internacional de grande importância: Os Jogos Pan-Americanos.
- No ano de 2008, as Olimpíadas foram realizadas na cidade chinesa de Pequim (China) e contou com a participação de atletas de 205 países.
- Estão sendo realizadas as Olimpíadas de Londres 2012. O evento ocorrerá entre os dias 27 de julho e 12 de agosto.