1) (Ufpr 2013) Considere a
afirmação do historiador Pedro Paulo Funari:
“A guerra do Peloponeso não
deixou de ser, até os nossos dias, uma narrativa histórica maior. Pode parecer
espantoso ver como recorrente um uso político contemporâneo de um conflito tão
distante no tempo e concernente a uma realidade histórica tão específica quanto
a das cidades gregas. Com efeito, os primeiros a lerem, relerem e a se
inspirarem em Tucídides foram as elites britânicas. Desde os primórdios da
Inglaterra moderna, nascida dos conflitos com o continente, os ingleses
abandonaram todas as pretensões de potência terrestre europeia, em proveito da
conquista dos mares.”
(FUNARI, Pedro Paulo. Usos da
Guerra do Peloponeso. Revista Brasileira de História Militar . Ano II, n. 4,
abril de 2011)
Com qual cidade Estado os ingleses se identificaram nos relatos de
Tucídides sobre a Guerra do Peloponeso? Justifique sua resposta, explicando o
que foi a Guerra do Peloponeso, no que se refere aos principais envolvidos, a
suas motivações e às consequências para o mundo grego.
2)(Fuvest 2013) Não esqueçamos
que o processo de formação de um povo e de uma civilização gregos não se
desenrolou segundo um plano premeditado, nem de maneira realmente consciente.
Tentativa, erro e imitação foram os principais meios, de tal modo que uma certa
margem de diversidade social e cultural, amiúde muito marcada, caracterizou os inícios
da Grécia. De fato, nem o ritmo nem a própria direção da mudança deixaram de se
alterar ao longo da história grega . Moses I. Finley. O mundo de Ulisses. 3ª
ed. Lisboa: Presença, 1998, p.16.
a) Indique um elemento “imitado”
de outros povos e sociedades que teria estado presente nos “inícios da Grécia”.
b) Ofereça pelo menos dois
exemplos do que o autor chama de “diversidade social e cultural”, que
“caracterizou os inícios da Grécia”.
3)(Ufsc 2013) Leia.
A educação em Esparta Ensinavam a ler e escrever apenas o estritamente
necessário. O resto da educação visava acostumá-los à obediência, torná-los
duros à adversidade e fazê-los vencer o combate. Do mesmo modo, quando
cresciam, eles recebiam um treinamento mais severo: raspavam a cabeça, andavam descalços,
brincavam nus a maior parte do tempo. Tais eram seus hábitos. PLUTARCO. A vida
de Licurgo. In: PINSKY, Jaime. 100 textos de História Antiga. 4. ed. São Paulo:
Contexto, 1998. p. 109.
Sobre o papel da educação e da escrita nas sociedades antigas, é
CORRETO afirmar que:
01) o Egito antigo, extremamente
dependente do rio Nilo e de seu regime de cheias, fez da agricultura sua
principal atividade econômica. Esta característica impediu o desenvolvimento da
escrita naquela sociedade.
02) a escrita cuneiforme, criada
pelos assírios na antiga Mesopotâmia, tinha por função estabelecer acordos comerciais
com os etíopes.
04) conforme o trecho acima
citado, podemos perceber que a educação tem estreita relação com as
características sociais. O militarismo de Esparta influenciou a educação de
suas crianças.
08) a educação que uma criança
recebia na antiguidade dependia da posição social e do gênero. As mulheres atenienses,
por exemplo, recebiam uma educação familiar que lhes qualificava para as
atividades domésticas e os cuidados com os filhos.
16) na China, o confucionismo
valorizava uma educação pautada no respeito às tradições, ressaltando valores como
moderação e harmonia.
4) (Ufsm 2013) Hades, o deus dos infernos, apaixonou se por Perséfone,
filha de Deméter, a deusa da fertilidade. Hades tomou a jovem e puxou a para
dentro do seu carro. Logo depois, abriu uma fenda na terra, mergulhando com sua
presa para as profundezas. Deméter passou a procurar a filha e descuidou da
natureza, prejudicando as plantações e os pastores. Zeus preocupou-se com o
desespero de Deméter e permitiu que ela descesse à mansão dos mortos. Deméter
não conseguiu arrancar Perséfone de Hades, mas negociou com ele a permissão da
filha ficar metade do ano com a mãe, a outra metade com o esposo. Desde então,
quando Perséfone está na superfície, a natureza viceja e, quando ela retorna
aos infernos, a Terra fica estéril. Fonte: FRANCHINI, S.A. As grandes histórias
da mitologia Greco romana. POA: L&PM, 2012. p. 38 39. (adaptado)
O mito de Perséfone permite concluir que
a) os gregos e os romanos
ignoravam os mitos como forma de explicação dos fenômenos naturais.
b) os mitos Greco-romanos, assim
como os hebraicos, tinham apenas objetivos religiosos e não serviam para compreender
a sociedade e o mundo natural.
c) a existência dos infernos é um
mito de origem hebraica e foi assimilada pelo mundo Greco-romano apenas a
partir da expansão romana no Oriente.
d) as figuras da mitologia muitas
vezes representam forças da natureza e configuram um entendimento fantástico do
mundo físico e natural.
e) as estações do ano –primavera,
verão, outono e inverno–foram criações divinas, estabelecidas por Zeus para
castigar o orgulho dos homens.
5) (Unesp 2013) Leia.
Quando sua influência [de Péricles] estava no auge, ele poderia esperar
a constante aprovação de suas políticas, expressa no voto popular na
Assembleia, mas suas propostas eram submetidas à Assembleia semanalmente,
visões alternativas eram apresentadas às dele, e a Assembleia sempre podia
abandoná-lo, bem como suas políticas, e ocasionalmente assim procedeu. A decisão
era dos membros da Assembleia, não dele, ou de qualquer outro líder; o reconhecimento
da necessidade de liderança não era acompanhado por uma renúncia ao poder
decisório. E ele sabia disso. (Moses I. Finley. Democracia antiga e moderna,
1988.)
Ao caracterizar o funcionamento da democracia ateniense, no século V
a.C., o texto afirma que
a) os líderes políticos detinham
o poder decisório, embora ouvissem às vezes as opiniões da Assembleia.
b) a eleição de líderes e
representantes políticos dos cidadãos na Assembleia demonstrava o caráter
indireto da democracia.
c) a Assembleia era o espaço dos
debates e das decisões, o que revelava a participação direta dos cidadãos na condução
política da cidade.
d) os membros da Assembleia
escolhiam os líderes políticos, submetendo-se a partir de então ao seu poder e
às suas decisões.
e) os cidadãos evitavam
apresentar suas discordâncias na Assembleia, pois poderiam assim provocar
impasses políticos.
6) (Ufpe 2013) O contributo das culturas grega e romana da Antiguidade
às sociedades ocidentais ainda é bem perceptível na contemporaneidade. A esse
respeito, analise as proposições a seguir.
( )O teatro romano ainda hoje é referência nas
artes cênicas, pela profundeza com que eram abordados os temas nas peças encenadas.
( )Uma grande contribuição romana à arquitetura
foi a técnica de construção de cúpulas em tijolo e pedra.
( ) As formas de fazer as leis, sua
interpretação e as ideias jurídicas fazem parte da herança romana ao Direito,
no Ocidente.
(
) As filosofias romana e grega
ainda oferecem pontos de reflexão para o homem ocidental, dada a sua profundidade
e originalidade.
( ) O latim
foi um elemento importante na dominação dos povos conquistados pelos romanos,
sendo a base de línguas europeias da atualidade.
7) (Upe 2013) Sobre as Guerras Médicas, travadas entre gregos e persas
no início do século V a. C., assinale a alternativa CORRETA.
a) A vitória grega deveu-se à
forte liderança espartana, uma vez que Atenas se submeteu a os persas desde o
início dos conflitos.
b) As batalhas de Maratona,
Salamina e Termópilas foram travadas em campo aberto.
c) Os gregos se destacaram na
guerra por causa do uso da poderosa cavalaria ateniense.
d) Os principais instrumentos de
um soldado grego eram: a lança, o escudo e a espada.
e) Temístocles, principal general
do exército persa, conseguiu grandes vitórias graças à ação de mercenários
financiados pelo rei Dario.
8) (Ufrn 2013) A palavra
“democracia” surgiu na Grécia Antiga, mas, em diferentes tempos, ela denominou
realidades distintas. Analisando a formação da democracia grega no século VI
a.C., o historiador Ciro F. Cardoso afirma: Ao apoiar-se politicamente nas
massas populares, em favor das quais tomava diversas medidas, [...] a tirania
promoveu a configuração do demos como força política mais estruturada do que o
fora até então: ela significou, assim, a destruição, não dos aristocratas, mas
da sociedade e do regime aristocrático mais ou menos exclusivo. CARDOSO, Ciro F.
A cidade antiga. São Paulo: Ática, 1993. p. 31.
a) Mencione duas diferenças entre
o modelo político aristocrático e o modelo democrático na Grécia Antiga do século
VI a.C.
b) Compare os direitos de
cidadania e o exercício do voto na democracia ateniense da Antiguidade e nas
sociedades democráticas ocidentais contemporâneas.
9) (Ufpe 2012) A cultura grega é uma das bases da formação das
concepções, dos valores e do imaginário do mundo ocidental. Nesse sentido, as
obras de Sófocles são exemplares e mostram a excelência da tragédia grega. Em
um dos seus dramas mais famosos, Antígona , podemos destacar:
( ) a preocupação em ensinar valores
democráticos, pela crítica às leis divinas e pela defesa de qualquer forma de rebeldia.
( ) a exaltação feita aos poderes
de Zeus, inquestionáveis e absolutos na afirmação da vida pública e religiosa.
( ) os diálogos sobre as leis do
homem e as leis divinas, fato importante para a organização política da
sociedade.
( ) a importância da diversidade
no caráter moral e ético das escolhas e os conflitos que elas provocam na sociedade.
( ) a força do poder despótico de
Creonte, sem limites em suas decisões, uma vez que era protegido pelas divindades.
Gabarito:
Resposta da questão 1:
A Guerra do Peloponeso é
tradicionalmente relatada como um conflito entre Atenas e Esparta; na verdade,
um conflito envolvendo a Confederação de Delos (liderada por Atenas) e a Liga
do Peloponeso (liderada por Esparta), numa luta pela hegemonia sobre o mundo
grego.
A Inglaterra é identificada com
Atenas, vista como potência expansionista, que exercia forte influência sobre
diversas cidades, dentro e fora do território grego. Cidade litorânea, Atenas
se fortaleceu economicamente a partir do comércio marítimo.
Resposta da questão 2:
a) Entre os elementos “imitados”
de outros povos e sociedade presentes nos “inícios da Grécia”, podemos citar as
técnicas agrícolas, navais e valores religiosos aprendidas com a civilização
cretense.
b) Um exemplo de “diversidade
social e cultural”, que “caracterizou os inícios da Grécia”, é a diferenças
entre a cultura que se desenvolveram nesse período, descritas pelos poemas de
Homero e Hesíodo.
Resposta da questão 3:
04 + 08 + 16 = 28.
Os egípcios antigos estão entre
as primeiras civilizações, juntamente com a Mesopotâmia, que desenvolveram um
tipo de escrita conhecida como pictográfica. No Caso do Egito, foram os
hieróglifos; no caso mesopotâmico, a escrita cuneiforme, inventada pelos
sumérios. Em ambos os casos, a necessidade de um sistema de “armazenamento” de informações
se deu por conta das atribuições do Estado acerca do que era produzido
socialmente para a manutenção material das civilizações. Além disso, havia o
fator religioso, uma vez que o próprio Estado era teocrático.
Resposta da questão 4:
[D]
O texto deixa claro a relação
direta entre a compreensão da vida natural e a presença e vontade dos Deuses.
Os Deuses gregos se assemelhavam aos homens não apenas na forma, mas nas
diferentes possibilidades de intervenção sobre a vida social.
Resposta da questão 5:
[C]
O texto mostra claramente que,
apesar da popularidade do líder Péricles, ele dependia da aprovação da
Assembleia. A democracia que se desenvolveu em Atenas a partir do século V a.C.
é considerada direta, pois todos os cidadãos podiam participar da Assembleia e
votar ou não nas leis propostas pelos governantes, ou seja, não existia o
modelo representativo que conhecemos hoje, quando vereadores ou deputados –representantes
dos cidadãos– votam as leis.
Resposta da questão 6:
F VVFV.
Falsa
. O teatro romano, diferentemente
do grego, abordava superficialmente os temas tratados, e tampouco se constitui,
de modo geral, em referência às encenações na atualidade.
Verdadeira
. Os prédios romanos utilizavam
tijolos e pedras, técnica que não se verifica nas construções gregas da antiguidade.
Verdadeira
. Ainda que o Direito Canônico
tenha exercido, também, forte influência nas Ciências Jurídicas, ele sofre uma influência
romana. E, de fato, tanto a doutrina como a jurisprudência, no Ocidente, têm
raízes no Direito Romano.
Falsa
. A filosofia romana teve por
base a grega, e não contribuiu com obras originais nesse campo do conhecimento.
Verdadeira
. O latim foi utilizado como
elemento de conquista e dominação e, efetivamente, línguas vivas como o
português, o francês e o espanhol possuem raízes latinas.
Resposta da questão 7:
[D]
As guerras médicas envolveram
cidades Estado gregas e os persas – o nome “médicas” deriva do fato de um dos
povos que formava o Império Persa se chamar medos. Com a vitória sobre os
persas na Planície de Maratona, os atenienses se destacaram entre as cidades
gregas. As batalhas de Maratona, uma planície, de Termópilas, um desfiladeiro e
de Salamina, no mar foram vencidas pelos gregos organizados em uma aliança,
chamada Liga de Delos. Os principais líderes gregos foram Milcíades,
Temístocles, Leônidas e Pausânias.
Resposta da questão 8:
a) O modelo aristocrático, que
antecedeu a democracia na Grécia antiga, estava baseado em privilégios de origem
familiar, no qual somente os nascidos “eupátridas” possuíam efetivamente
direitos políticos, tanto na ocupação de cargos públicos, como no processo de
escolha; além de manter a terra como seu privilégio exclusivo. A Democracia
ampliou a participação, garantida a todos independentemente da origem, porém
que excluía as mulheres e preservava a escravidão.
b) O direito de voto na Grécia
antiga foi garantido apenas aos homens, maiores de idade, que fossem livres (a
escravidão foi preservada), nascidos em Atenas com o pai ateniense. Nas democracias
ocidentais contemporâneas o direito foi estendido às mulheres, porém na maioria
dos casos, ainda existe limite de idade e restrição aos estrangeiros.
Resposta da questão 9:
FFVVF.
Uma das obras mais importantes de
Sófocles conta a historia de Antígona, que deseja enterrar seu irmão Polinice,
que atentou contra a cidade de Tebas, mas o tirano da cidade, Creonte,
promulgou uma lei impedindo que os mortos que atentaram contra a lei da cidade
fossem enterrados, o que era uma grande ofensa para o morto e sua família, pois
a alma do morto não faria a transição adequada ao mundo dos mortos. O texto
destaca a contradição entre as leis dos homens e as leis dos deuses na
sociedade grega no período clássico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário